Marcas devem reagir já ao Downtrading...

Já aprendemos na primeira onda, feita entre 1º e 3 de abril, que o consumidor está muito consciente do preço dos produtos que compra, com a pandemia e a consequente crise econômica. Nesta tomada, feita entre 29 de abril e 1º de maio, vemos ainda os internautas bastante preocupados com a economia e o desemprego (33% declaram serem estas suas principais preocupações, versus 29% no começo de abril). E, consequentemente, estão mais preocupados com escolhas conscientes.

Vemos 83% deles declarando que estão procurando produtos mais baratos em pelo menos uma categoria (na primeira onda eram 70%). A maioria não admite ter trocado definitivamente a sua marca preferida: 45% dizem ser uma mudança temporária até a situação melhorar e outros 28% dizem alternar a sua marca e outra mais barata; 17% admitem ter mudado de vez de marca. O PDV foi o canal mais mencionado (por 41%) para conhecerem o produto alternativo, seguido por propaganda, citada por 1/4 da amostra.

Sabemos que uma vez a experiência tendo sido satisfatória, a chance de volta à marca original diminui. As marcas, portanto, têm a oportunidade de reagir já, para estancar a migração. O primeiro passo é oferecer alternativas que permitam às pessoas seguir comprando seu produto favorito com menor investimento. As promoções tipo leve 2 pague 1 são a maneira preferida e os consumidores declaram não ver problema em propaganda falando disso: para 77% esta é uma maneira adequada de as marcas falarem com eles durante a pandemia.

Acreditamos que a reação das marcas ao novo normal deve começar já. Esperar para que a quarentena termine pode ser muito tarde. Para isso, devemos compreender o novo consumidor durante o processo de formação da nova mentalidade, ou seja, durante a pandemia.

Pesquisa realizada pela Perception, Brazil Panels e Engaje. Onda I entre 1o e 3 de abril de 2020; Onda II de 29 de abril a 1º de maio de 2020. 590 respondentes, online. Brasil, todas as regiões, homens e mulheres, 18 anos +, NSEs ABCD. Intervalo de confiança: +/- 4,03% a 95% de confiança.