Há algum tempo venho notado uma mudança interessante no discurso da classe médica em relação ao conceito de eficácia. No passado, ao questionar um médico sobre o que era mais importante na escolha de um medicamento a palavra eficácia aparecia de modo instantâneo.
No cenário atual, o conceito vem perdendo espaço rapidamente para a ideia de efetividade: A capacidade de se fazer algo com o mínimo de recurso dentro de um contexto mais amplo, próximo da vida real. E vai mais além, hoje, mais do que nunca, o questionamento sobre os objetivos e resultados de tratamento estão presentes na fala dos médicos.
Se o discurso e a prática vêm mudando, é normal que novos indicadores estão sendo utilizado objetiva ou subjetivamente. Quais seriam os KPIs que estão ganhando relevância?
Alguns sinalizadores que tenho escutado com frequência:
- Análise de custo-efetividade: Sim, cada novo dia o custo vem sendo incorporada na hora de decisão dos médicos, independente da especialidade e se sistema público ou privado. A sensação de que estamos chegando próximo de um “limite” sustentável está cada vez mais intensa. A relação custo-efetividade é um KPI de destaque hoje em dia. A questão aqui remete ao ótimo de Pareto: Qual a alternativa para melhorar o bem-estar de um sem prejudicar o bem-estar de outro?
- Indicadores de qualidade de vida: Não só a sobrevida dos pacientes é levada em consideração hoje. O “como” vem ganhando cada vez mais importância: bem-estar físico, mental, psicológico, emocional e relacional estão presentes na tomada de decisão.
- Awareness: A percepção dos profissionais de saúde em relação a fabricantes e produtos é fundamental para o momento “da verdade”. E vai além da lembrança de marca, é mais profunda. Fala de percepções, de estados mentais, de experiências objetivas/externas e subjetivas dos seres humanos sobre suas relações anteriores com empresas, pessoas, etc.
Num cenário volátil e de incertezas é cada vez mais difícil a lealdade ou a consolidação de hábitos e rotinas. Estar próximo e criar vínculos é uma necessidade, não uma escolha. O caminho é criar embaixadores da marca, profissionais que compartilhem suas experiências positivas com outros profissionais. É oferecer experiências exclusivas, atendimento empático, sempre presente, personalizado e que crie um sentimento de pertencimento. Ter uma comunicação clara, objetiva, transparente e uma postura flexível. Uma equipe focada não em “vender”, mas sim satisfazer.