Os colaboradores da empresa possuem muito contato e amplo conhecimento dos produtos que produzem. Desta maneira, mesmo camuflando produtos, utilizando lâmpadas, recipientes escuros, etc os colaboradores tendem a reconhecer os produtos que produzem.
Adicionalmente, devido ao profundo contato e conhecimento que possuem, acabam encontrando, durante as avaliações, justificativas para determinadas características que identificam e acabam não pontuando ou suavizando-as. Por exemplo: o produto está mais amarelo por que a matéria prima inicial está vindo mais amarela, portanto, não vou pontuar como mais amarelo, por que não é “culpa” do produto, mas sim da matéria prima que está vindo. Este é um viés perigoso, pois para o momento da avaliação sensorial não importam os por quês, e sim como o produto está naquela avaliação.
Além destes, podem existir vieses comportamentais tais como, medo de possíveis consequências ou retaliações de uma avaliação sensorial sincera, satisfação com a empresa, seja ela positiva ou negativa: “se estou contente, vou avaliar bem, se estou descontente, vou avaliar mal”.
Um outro viés importante em análise sensorial está relacionado a pessoas e/ou empresas diretamente envolvidas e interessadas no sucesso de determinado projeto, a exemplo de fornecedores de matérias primas para indústria, ou o próprio líder do projeto dentro do fabricante. É muito difícil manter a isenção quando a pessoa ou entidade tem interesse no sucesso do projeto ou de determinada formulação.
Todos esses vieses podem acontecer tanto para avaliações técnicas quanto para teste de produto com consumidor. No caso de respostas “afetivas”, os colaboradores além de serem profundos conhecedores, não necessariamente são consumidores dos produtos que produzem.
Há também a tendência de pensar que, por estudar há muito tempo seu mercado, você já sabe o que seu consumidor pensa, como ele vai reagir a determinado produto, o que não é verdade!
O consumidor está aprofundando cada vez mais seu conhecimento sobre produto, está cada vez mais senhor de si, portanto, o seu colaborador não é seu consumidor!
Neste sentido, é de suma importância realizar testes de performance e eficácia de produtos para validações finais com empresas totalmente isentas de interesses no projeto.
