EUROSENSE 2022

Três grandes tendências chamaram a atenção no congresso, realizado em setembro na Finlândia.

Havia vários trabalhos sobre Testes Descritivos Rápidos, inclusive um apresentado pela Perception. Muitas empresas tem implantado metodologias Agile e precisam, por isso, de testes rápidos. Mais do que isso, formar um painel descritivo exige meses de investimento; caso a demanda por testes não seja tão grande, o investimento pode não ser viável. Para estes casos, os testes rápidos são uma boa solução. Apesar de não serem tão precisos – afinal, um painel experiente, com referências e continuamente calibrado é insuperável para a descrição de amostras – eles entregam resultados rapidamente e com menor investimento. Vários exemplos foram apresentados, empregando voluntários ou painelistas não especialistas na categoria, empregando CATA, RATA, FCP (trabalho da Perception) ou Flash Profile, com bons resultados. Ou seja, é viável usar testes rápidos e a decisão será um trade-off entre rapidez e baixo investimento ou maior precisão e discriminação.

Outro tema bastante discutido foram aplicações da Inteligência Artificial (IA) ao desenvolvimento de produtos ou compreensão de consumidores. Este é um tema que lembra ficção cientifica, mas que já está em plena aplicação. A IA permite a detecção de padrões ou tendências em grandes bases de dados, com uma variedade grande de fontes. Pode ser usada, por exemplo, para prever o sucesso, ou benefícios percebidos de um produto antes mesmo de ele ser formulado, baseado nos componentes e no histórico de testes anteriores com produtos existentes. Ou automatizar a codificação de perguntas abertas em diferentes países, ensinando o algoritmo a reconhecer padrões em línguas diferentes e agrupar respostas semelhantes.

Finalmente, Neuromarketing, um tema que já está em uso há muitos anos, mas que agora parece estar entrando no mainstream, com muitas empresas aplicando. Ao usar ferramentas emprestadas da Neurociência, da Psicologia Comportamental e da Fisiologia, o Neuromarketing permite entender reações reflexas e não-conscientes dos consumidores, as reações implícitas. Como por exemplo, em um trabalho que trata da medição de emoções, por Codificação Facial, em crianças experimentando alimentos, com sucesso mesmo na fase da mastigação. Ou o nosso trabalho com o Grupo Boticário, que usou diversas das ferramentas de Neuromarketing para provar que uma fragrância evoca emoções associadas à sensualidade.

Teste Rápidos, Inteligência Artificial e Neuromarketing são três abordagens que estão saindo do campo da literatura e das tendências e se estabelecendo como ferramentas valiosas de entendimento sobre os produtos e sobre os consumidores, para ampliar nosso conhecimento sobre estes temas.